segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PERSPECTIVAS DA AGRICULTURA CATARINENSE 2010

Federação da Agricultura estima safra de soja recorde em Santa Catarina

Perspectiva de produção é de 1,2 milhão de toneladas, 24% a mais do que no ano passado
Santa Catarina se prepara para colher a maior safra de soja de sua história. A estimativa é de uma produção de 1,2 milhão de toneladas, 24% a mais do que no ano passado.
De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, um dos motivos da boa expectativa de safra é que o clima tem colaborado e as lavouras apresentam bom desenvolvimento.
Além disso os produtores investiram em tecnologia. Mas o principal motivo é o aumento de área plantada da oleaginosa, que avançou sobre a área de milho. — Devido ao baixo preço do milho muitos produtores optaram pela soja — diz Barbieri.
O engenheiro agrônomo da Cooperativa Regional Alfa (Cooperalfa), Ferdinando Brustolin, estima que houve uma redução de 30% na área de milho que passou a ser cultivada com soja, na região Oeste. No Estado a área de soja aumentou 14% em relação ao ano passado.
O agricultor Mário Fries, de Guatambu, pela primeira vez não plantou nenhum pé de milho. Seus 82 hectares foram cultivados com a oleaginosa, contra 64 do ano passado. Fries está contente com a lavoura e espera colher 4,9 mil sacas, contra 2,9 mil sacas do ano passado. Além do aumento de área ele também espera aumentar a produtividade de 46 para 60 sacas por hectare. — Investi bastante para ter uma boa colheita — afirma. Fries, citando que aplicou 250 quilos por hectare de adubação, fez tratamento de semente e aplicação de fungicidas. Agora só falta o tempo colaborar até a colheita, prevista para o início de abril. O preço, de R$ 41 por hectare, é considerado bom. Mas a previsão é de queda até a colheita.
Para o vice-presidente da Faesc, Enori Barbieri, a lavoura de soja deve trazer uma boa lucratividade para os produtores. No entanto, ele não considera bom para Santa Catarina esse avanço da soja sobre o milho. O problema é que o Estado depende muito do cereal para as criações de aves, suínos e bovinos de leite.
Neste ano o déficit de milho deve superar dois milhões de toneladas. Já na lavoura de soja o estado importa farelo de soja para alimentar os animais mas, em compensação, é um exportador de sementes.

FONTE: CLIC RBS

AGRONOMIA - IFC- CAMPUS RIO DO SUL

2010, VEM COM TUDO.

AGRONOMIA ..............QUEM SABE, ...........EU ESTEJA DENTRO.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

ESTAÇÃO METEOROLÓGICA

Estações Meteorológicas

1 – Introdução

Estações meteorológica são um conjunto de instrumentos que servem para observação dos fenômenos meteorológicos que ocorrem na troposfera ao nível da superfície terrestre. Pode ser feita por instrumentos com leitura direta ou através de instrumentos registradores. As leituras devem ser sistemáticas, ou seja, padronizadas no tempo; uniformes ou seja, com pessoas treinadas e devem ser ininterruptas, ou seja, não falhar.
No Brasil, na rede oficial as leituras são feitas às 9, 15 e 21 horas de Brasília que correspondem as 12,18 e 24 horas GMT.

2 – Conceito

Estação meteorológica é o local onde é instalado convenientemente um conjunto de instrumentos que descrevem de maneira sucinta as condições meteorológicas ocorrentes no momento da observação.

3 – Classificação das Estações Meteorológicas

As estações meteorológicas de superfície podem ser classificados de acordo com a finalidade, pelo sistema de coleta de dados e quanto ao número de elementos observados.

3.1 - Quanto a Finalidade das Observações

a) Estação Sinótica

Objetiva a previsão do tempo. As medições realizadas são direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão atmosférica, nuvens, geadas. As leituras são realizadas às 9, 15 e 21 horas.

b) Estação Climatológica

Tem por finalidade obter dados para determinar o clima de uma região, após um histórico de no mínimo 30 anos de observação. As medições realizadas são direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão atmosférica, nuvens, geadas, temperatura do solo, evapotranspiração, orvalho, evaporação e radiação solar. As leituras são realizadas ás 9, 15 e 21 horas.

c) Estação Agroclimatológica

Tem por finalidade fornecer informações para estudar a influencia do tempo (elementos meteorológicos) sobre as culturas, além de realizar observações que determinam o crescimento e desenvolvimento das culturas.
3.2 – Quanto ao Número de Elementos Observados

a) Primeira Classe

São aquelas que possuem instrumentos para medida de todos os elementos meteorológicos, possibilitando caracterização detalhada das condições meteorológicas do local.

b) Segunda Classe

São aquelas que não medem a pressão atmosférica, a velocidade e a direção dos ventos e a irradiação solar global, porem possuem os principais elemento para fins agro meteorológicos.

c) Terceira Classe

São também conhecidas como estações termo pluviométricas, por medir apenas a temperatura (máxima e mínima) e a chuva. Caracterizam estações utilizadas em propriedades agrícolas.
3.3 - Quanto ao Sistema de Coleta de Dados

Quanto ao sistema de coleta de dados as estações meteorológicas podem ser classificadas como:

a) Estações Meteorológicas Convencionais (EMC)

É o tipo de estação que exige a presença diária do observador meteorológico para a coleta dos dados. Os equipamentos que constam em uma EMC são normalmemte de leitura ou com sistema mecânico de registro.

b) Estação Meteorológica Automática (EMA)

São estações que possuem a coleta de dados totalmente automatizada. Nelas os sensores operam com princípios que permitem a emissão de sinais elétricos que são captados por um sistyema de aquisição de (datalogger) possibilitando o armazenamento e o processamento informatizado do dados.

4 – Instalação de uma Estação Meteorológica

Todos os requisitos listados servem tanto para EMC como para EMA.

4.1 - Escolha do Local

Deve ser representativo da região. Tem abrangência de aproximadamente um raio de 150 km2 ao redor da estação.
Requisitos da área:
a) exposição aos ventos gerais da região, devendo-se para não instalar em fundo de vale;
b) deve apresentar horizontes amplos, ou seja, não podem ter barreiras que impeçam a incidência da radiação solar ou que modifiquem o vento;
c) distante de cursos d’água pois modificam o balanço de energia;
d) o solo deve ser representativo da região, plano, que não acumulem água e deve ser gramada a fim de minimizar o efeito das diferentes texturas.

4.2 – Localização Geográfica

Deve possuir as coordenadas geográfica ou seja, latitude,longitude e altitude.

4.3 – Orientação

O acesso da estação deve ser voltado para o sul.

4.4 – Montagem

A área que os aparelhos devem ocupar deve ser tal que evite o sombreamento ou interferência de um equipamento sobre outro. A estação deve ser cercada a fim de evitar animais na área. A tela deve ser de arame galvanizado com malha de 5cm e 1,5m de altura (OMM). O terreno deve ser plano, gramado e bem drenado. Junto a estação deve existir uma casa de alvenaria que tem por finalidade conter os instrumentos de medida de pressão, além do rádio amador.

4.5 – Localização dos instrumentos

A finalidade é que um instrumento não interfira na medição do outro. Na porção norte devem ficar os instrumentos que não podem ser sombreados como o heliógrafo, actinógrafo, geotermômetros, tanques de evaporação, pluviômetros e evapotranspirômetros. Na porção central deve ser instalado o abrigo meteorológico, o qual deve ter a porta voltada para o sul. Na porção sul devem ser instalados os aparelhos mais altos como, por exemplo, o anemômetro.
4.6 – Cuidados gerais

A grama deve ser cortada periodicamente a fim de se manter a 10cm evitando-se o sombreamento de equipamentos. Os equipamentos devem ser calibrados periodicamente. Cercas e mourões devem ser pintados de branco e as portas da estação e do abrigo devem ser mantidas fechadas.
5 – Estação Meteorológica Convencional (EMC)

A EMC de primeira classe é composta pelos seguintes intrumentos:
5.1 – Heliógrafo

Instrumento que mede o número de horas durante o dia que os raios solares atingem diretamente a superfície da terra num determinado local.

Descrição – compõem-se de uma perfeita esfera de cristal suspensa em suporte semicircular, tendo por baixo uma armação metálica em forma de concha, na qual existem seis ranhuras onde são colocadas as tiras de papelão. A tira curva comprida é utilizada da metade de outubro até o fim de fevereiro. A tira reta é utilizada do princípio de março até o meado de abril e do princípio de setembro até a metade de outubro. A tira curva curta é utilizada da metade de abril até o fim de agosto.

Instalação – pilar em alvenaria de 1,0 x 0,3 x 0,3m, rebocado e esboçado, devendo ser bem nivelado na sua base, as faces laterais devem ficar orientadas para o N,S,L,W. Os ajustes devem existir a fim da boa carbonização da fita, devendo estar em nível, ou seja, concentricidade, meridiano e latitude.

Manejo – a tira curta é colocada na ranhura mais curta do aparelho; a tira reta na ranhura do centro e a tira comprida mais próxima ao pólo inferior do aparelho. A tira deve ser substituída na leitura das 21 horas.

5.2 – Actinógrafo

Determina a quantidade de energia que atinge a superfície na terra (cal cm2 dia-1). É denominada de radiação solar global.

Descrição: o elemento sensível a radiação é protegido por uma cúpula de vidro que aciona um sistema de alavancas que registra a energia sobre um papel colocado sobre um tambor acionado por meio de relojoaria. A radiação é recebida por três placas bimetálicas uma enegrecida e duas brancas, que através de suas dilatações geram energia.

Instalação: mesmo do heliógrafo.

Utilização - uma caloria = energia necessária para elevar 1 grau centígrado a temperatura de um grama de água em qualquer instante do dia. A troca de fase de um grama de água a 20oC, requer 585 Kcal, conhecida como calor latente de evaporação.

5.3 – Abrigo Meteorológico

Tem por finalidade manter os instrumentos secos, livres da precipitação e insolação.


Descrição – caixa de teto duplo, parede de venezianas com porta também de venezianas que deve estar na direção sul. Deve ser de madeira e pindado de branco.
Instrumentos – termômetro de máxima, mínima, evaporímetro de piche, psicrômetro, termohigrômetro.
Instalação: terreno plano, coberto de grama rasteira. A base deve ficara altura de 1,20m do solo. Deve ser nivelado sobre um cavalete ou pilar de alvenaria.

a)Termômetro de máxima

Mede a temperatura máxima do dia à sombra.

Descrição – o elemento sensível é um bulbo cheio de mercúrio ligado um tubo capilar que tem uma constrição nas proximidades da união com o bulbo. Aquecendo-se o mercúrio o capilar dilata-se. Resfriando-se tende a voltar mas fica restrito no capilar. A leitura é dada pela dilatação que registra a temperatura.
Instalação – no abrigo meteorológico em posição horizontal, levemente inclinado, junto com o de mínima.
Utilização – temperaturas extremas interferem no crescimento e desenvolvimento de plantas. A leitura é realizada às 21 horas.

b)Termômetro de Mínima

Mede a temperatura mínima do ar à sombra.

Utilização – elemento sensível é o álcool. Dentro do álcool há uma pequena peça de material em forma de halter que se movimenta quando a coluna retrocede em direção ao bulbo. O halter deve estar junto ao menisco que se forma com o álcool. Por isso deve ser movimentado nas horas mais quentes do dia. Leitura – 9 horas.

c) Termohigrógrafo

Registra continuamente a temperatura do ar e umidade relativa do ar à sombra.

Descrição – faixas de temperatura = -15 a +/- 40oC, com resolução de 0,5 oC. Umidade relativa do ar: 0 – 100% com resolução de 3%, entre 20 e 80% nos extremos.
Instalação – Abrigo meteorológico
Manejo – calibração dos sensores, sendo cabelo humano para a umidade relativa e a temperatura do ar é medida por sistema bimetálico.

d) Psicrômetro

Aparelho constituído de dois termômetros. Um fluxo de ar pode ser forçado a passar nos bulbos dos termômetros – ventilação forçada. Um termômetro fornece a temperatura do ar (t). O segundo é coberto com uma gaze ou cadarço de algodão que é umedecido com água destilada (tw). O ar passa e retira a umidade.
Instalação - dentro do abrigo meteorológico em suporte próprio.
Utilização – Depressão psicrométrica = diferença entre (t – tw). Importante no cálculo de tensão de vapor do ar e umidade relativa do ar.

Y = ΔHgt/(t-tw)
Y = 0,485 mmHg/ 0C (em média)
Y = Constante psicrométrica

e) Evaporímetro de Piche

Mede a evaporação potencial do ar a sombra.
Descrição: tubo cilíndrico em vidro de 35cm de comprimento e 1,5cm de diâmetro externo. Graduado em 30cm3 com divisões a cada 0,1cm3. Apresenta uma extremidade fechada denominada olhal que tem por finalidade pendurar o instrumento. A outra extremidade, a inferior é aberta e dispõe de uma presilha para fechá-la por meio de um disco circular de papel absorvente com espessura de 30mm e 0,5mm de diâmetro, fixado por capilaridade e mantido pela presilha.

Instalação – no abrigo meteorológico.

Os dados coletados, ou seja, a evaporação medida não leva em consideração os valores de radiação solar. A evaporação é sensível a velocidade do vento e mantém relação inversa com a umidade relativa do ar e não apresenta nenhuma relação com a evapotranspiração.

f) Termômetro de Relva

Termômetro de relva, também chamado termômetro de mínima na relva, é idêntico ao termômetro de mínima (termômetro de álcool) e deve instalar-se num canteiro de relva, horizontalmente, sobre duas forquilhas de madeira a uma pequena altura do solo. Tocando ao de leve na relva destina-se a obter informação sobre a geada.

Convém referir ainda, que quando exposto ao sol, podem aparecer neste termômetro bolhas na coluna de álcool . Neste caso não se recomenda não deixá-lo exposto durante o dia. Recomenda-se principalmente no Verão, após fazer a leitura da manhã, guardá-lo no abrigo e torná-lo a colocar no suporte ao fim do dia.

5.4 – Tanque Classe A

Serve para determinar a capacidade evaporante da atmosfera a fim de medir a evaporação de uma superfície livre de água.
Descrição – diâmetro de 1,219m por 25,4cm de altura – chapa galvanizada número 22. Assentado sobre caibros (estrado) nivelados com vãos cheios de terra. É constituído ainda por:
Poço tranqüilizador: nivelado, onde se faz a leitura com aparelho chamado micrômetro de gancho assentado em cima do poço tranqüilizador. Em casos especiais deve-se colocar tela de arame hexagonal para evitar entrada de galhos, folhas e pássaros. Nesse caso deve-se fazer a correção da leitura. Outro tanque deve estar junto a fim de servir de depósito de água.
No tanque principal deve-se ter um termômetro de máxima e mínima flutuando sobre a água do mesmo. Tornasse necessário um anemômetro para medir a velocidade do vento.

Manejo e operação – enche-se o tanque até 5cm da borda superior . O nível de medida permitida é 7,5cm a partir da borda superior, ou seja, a cada 25mm de evaporação deve se recolocar água no mesmo.
O micrômetro tem precisão de 0,01 a 0,02mm.
Horário da leitura – 9 horas.
Utilização:
ECA(n) dia = leitura (n-1) + precipitação (n)
n = dia
Fator de correção – 0,6 a 0,8

5.5 – Pluviômetro

Tem por finalidade determinar a precipitação pluvial (mm). A altura de chuva é dada pela razão entre o volume inicial e a superfície em questão.


Descrição – O mais comum é “Ville de Paris”. O recipiente é tronco cônico com área de captação e torneira na parte afunilada inferior.
Instalação – em suporte a 1,5m em nível.
Manejo – após a chuva coletar e medir em proveta.

5.6 – Pluviôgrafo

Tem por finalidade registrar a cada instante de tempo a precipitação pluvial, informando sobre o total de chuva e a intensidade (mm/h).

Descrição – boca de captação de 200cm2 que vai descarregar a água em um depósito que possui uma bóia. A medida que o depósito se enche de água, a bóia se eleva acionando uma pena que registra a precipitação num gráfico acoplado em um tambor. O tamanho do depósito é limitado em 10mm. Na extremidade inferior possui um sifão para escoar a precipitação captada.
Manejo - dar corda no sistema, trocar o gráfico, esgotamento do reservatório, trocar a pena e observar a tinta da pena.

5.7 – Catavento

Tem finalidade dar a direção e sentido do vento. Alguns podem dar a velocidade expedita do momento (m/s).
Descrição – vão metálico o qual tem em uma extremidade terminal em forma de cone que indica o sentido de onde vem o vento e na outra extremidade duas alertas separadas por um ângulo de 22o. O conjunto é móvel juntamente com um ponteiro que indica sobre uma parte fixa a direção do vento. Na parte fixa estão os pontos cardeais e os números representativos da direção do vento.

Instalação – canto sul a 8 – 10m.

Tipos:
1 – Biruta = dá o sentido, a direção do vento e ainda uma idéia de velocidade.


2 – Catavento tipo Wild = superfície metálica que sempre está perpendicular à direção do vento. A velocidade é dada pela deflexão da superfície.

5.8 – Anemômetro de concha ou caneca

Constituído por três a quatro conchas, instaladas sobre um eixo vertical fixado a uma engrenagem que movimenta um mostrador. Os dados são acumulados e divididos pelo período.

5.9 – Anemôgrafo Universal

Registra continuamente a intensidade do vento bem como a direção e o sentido.

Sensor dines = determina a velocidade instantânea do vento – rajadas.
Robinson = integrador da trajetória.

5.10 – Geotermômetro

Determina a temperatura do solo.


Descrição – haste de vidro que apresenta uma saliência que é o ponto de referência que deve ficar na superfície da terra. É fixado em suporte específico. Apresenta um bulbo que deve ser enterrada no solo a profundidade desejada. As profundidades mais comuns são: 2,5; 10 e 20cm na disposição leste/oeste. A menor profundidade deve ser colocada no lado oeste. A extremidade superior da haste deve apontar para o norte. A variação da medição é de -13 a 60oC, com subdivisões de 0,2 oC, podendo-se estimar até 0,10C.

5.11 – Lisímetros e Evapotranspirômetros

Lisímetro é um tanque inserido no solo, cheio do mesmo solo do local e com vegetação. É utilizado para se medir a evapotranspiração de referência (ETo) ou da cultura (ETc). Também é chamado de evapotranspirômetro dependendo de que forma o processo de medição é feito. A mensuração da evapotranspiração é determinada pelo balanço hídrico dos dispositivos. Comumente existe uma balança no fundo do lisímetro onde se pode determinar, dessa forma, quanto de água que evapotranspirou naquele sistema. Outro tipo de lisímetro usa, ao invés da balança, um sistema de drenagem de água onde quando colocada a água até a capacidade de campo daquele solo, a quantidade de água drenada é exatamente a quantidade de água evapotranspirada


6 – Estação Meteorológica Automática (EMA)

A estação meteorológica automática, é uma estação que possibilita a recolha dos dados meteorológicos de uma forma automatizada, segundo um passo de tempo estabelecido. Este sistema é composto por um conjunto de sensores, os quais medem, instante a instante, os vários elementos climáticos.
Esta informação é enviada para um "Data Logger", a memória do sistema, o qual, com base nos valores instantâneos determina, as médias horárias dos elementos climáticos medidos. Estes dados ficam armazenados no "Data Logger", até serem exportados por via telefônica ou através de um computador portátil.
A estação meteorológica automática contém os seguintes sensores: Termômetro, higrômetro, anemômetro, cata-vento, pluviômetro e piranómetro. Desta forma são medidos os seguintes elementos: temperatura do ar, umidade relativa, velocidade e direção do vento, precipitação e radiação solar global.

GROSSKLAUS, Fernando
RIO DO SUL,JUNHO 2009

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Conheça a CTC do seu solo

Para muitos pesquisadores da área de solos, depois da fotossíntese, o fenômeno natural mais importante para o crescimento das plantas e a capacidade de troca de cátions dos solos (CTC). Mas porque a CTC é considerada tão importante?
A CTC depende da quantidade de cargas negativas na superfície das partículas da argila e da matéria orgânica do solo. As partículas têm cargas, mas desde que os solos como um todo não possue carga elétrica, as cargas negativas das partículas são balanceadas pelas cargas positivas de cátions. Cátions como o amônio (NH4+), o potássio (K+), o cálcio (Ca2+) o magnésio (Mg2+) e são facilmente trocáveis com os outros cátions e, como resultado, esses cátions retidos eletrostaticamente no solo são disponíveis para as plantas. A CTC representa, então, a quantidade total de cátions trocáveis que o solo pode reter.
Os cátions usados pelas plantas em maiores quantidades são cálcio, magnésio e potássio. Na maioria dos solos o sódio(Na+) não está presente em concentrações suficientemente altas para ocupar uma quantidade significativa de CTC, entretanto em solos de regiões de clima seco, como o Nordeste, o sódio pode ocupar uma porção importante da CTC. Outros cátions que podem ocupar os sítios de troca são hidrogênio(H+), alumínio(Al+3), manganês(Mn+2) e ferro (Fé+3). Os cátions como o zinco (Zn+2) e o Cu2+) estão presentes normalmente em concentrações muito baixas e não ocupam muito da CTC. Muitos desses cátions são nutrientes de plantas e precisam permanecer ligados ao solo próximo às raízes e serem liberados à medida que as plantas os absorvem da solução do solo.
Outros íons com cargas negativas (ânions) como o nitrato (NO3-), o fosfato (PO42-), o sulfato (SO42-) e outros também são nutrientes de plantas. Os ânions não são atraídos pelas cargas negativas do solo e são moveis no perfil do solo. O fosfato não se move no solo, pois é muito fortemente ligado aos óxidos que são encontrados em grande quantidade nos solos brasileiros.
A CTC do solo, portanto, retêm e troca cátions do solo com a solução do solo, enquanto repele ânions porque tem a mesma carga. Se não houvesse cargas no solo, os cátions não seriam retidos e, na primeira chuva, seriam lixiviados para as águas subterâneas, longe do alcance das raízes. Todavia isso não ocorre e os cátions ficam retidos pela CTC, Porém apresentam forças diferentes de retenção. Para se entender melhor isso, poderíamos imaginar o perfil do solo como um grande Shoping Center, com três andares e uma garagem embaixo. Os três andares representam o perfil do solo e a garagem o lençol freático. Imagine que os fertilizantes são aplicados no terceiro andar do shoping. Alguns deles se sentem fortemente atraídos por todas as lojas, demoram muito vendo as vitrines, entram para comprar e conversam muito com o vendedor. Esses são cátions mais fortemente retidos na superfície das partículas, como o hidrogênio, alumínio, cálcio e magnésio, por exemplo. Outros não se interessam muito pelas lojas, compram logo o que lhes interessa e descem para os andares inferiores mais rapidamente, como o amônio, potássio e sódio. E há aqueles que não compram nada e descem de elevador (representado pelo sulfato) sem olhar a vitrine de nenhuma loja (CA SO4o, MgSO4o, K2SO4o,etc.) diretamente para a garagem e vão embora. Quando se aplica no solo gesso agrícola (Caso4) com finalidade de precipitar o alumínio tóxico, o sulfato de cálcio se dissocia em cálcio e sulfato e o sulfato funciona como um elevador para os nutrientes porque forma pares iônicos, sem cargas e não adsorvem as cargas do solo.

Uma vez que os fertilizantes contendo cálcio e magnésio, amônio, potássio e outros são aplicados, os cátions vão sendo adsorvidos ao solo. Esses não serão facilmente perdidos quando a água das chuvas ou irrigação percola pelo perfil do solo e eles podem ser usados com uma reserva disponível de nutrientes no solo para as plantas. Dessa forma, deseja-se que o solo tenha uma alta CTC para que os nutrientes permaneçam em sua camada superficial.
A CTC é muito dependente da textura do solo e de seu conteúdo de matéria orgânica. O conteúdo de argila é importante por que essas pequenas partículas tem uma elevada área superficial em relação ao seu volume. Quanto maior o conteúdo da argila e da matéria orgânica, maior a CTC. O conteúdo de matéria orgânica é importante, pois pode ter CTC e 4 a 50 vezes mais alta que o seu peso em argila. Como a dissociação dos grupamentos ácidos presentes na matéria orgânica e partículas de argila dependente do pH do solo, o aumento da CTC é dependente do aumento do pH. Assim, a CTC efetiva (CTC do solo no pH atual), na maioria dos solos, pode ser elevada até a CTC potencial (CTC do no pH 7). Como exemplo, o solo “A” em seu pH neutro (pH=7) irá apresentar CTC mais elevada que se estivesse com pH 5. A CTC aumenta porque os íons de hidrogênio, que ocupam grande parte da CTC, podem ser removidos pelo aumento do pH do solo. Esse aumento é conseguido pela prática da calagem.
Entretanto, quanto maior a CTC, maior o poder tampão do solo. Isso significa que o pH do solo vai resistir mais a mudanças quando forem adicionadas fertilizantes como o sulfato de amônio e enxofre, que acidificam o solo ou calcário, que eleva o pH. Solos arenosos tem baixa CTC e seu pH diminuirá mais rapidamente com o tempo após uma calagem que um solo argiloso de alta CTC. Dessa forma, solos arenosos precisam ser calcareados mais freqüentemente que os solos argilosos. As desvantagens de um solo com baixa CTC incluem também uma disponibilidade limitada de nutrientes para as plantas e baixa capacidade do solo reter os nutrientes aplicados. Plantas cultivadas em solos com baixa CTC podem apresentar deficiências de potássio, magnésio e outros cátions e adição de uma grande dose de fertilizantes nesses solos de uma só vez não é recomendada por que esses fertilizantes pode ser facilmente por lixiviação. Neste caso, adições freqüentes em menores quantidades são melhores.
Dependendo da CTC do solo, a recomendação de calcário e de fertilizantes pode variar muito. Solos com alta CTC não necessitam de calagem tão freqüente quanto os de baixa CTC, entretanto, quando se tornarem ácidos e a calagem necessária, maiores quantidades de calcário será necessárias para se atingir um pH ótimo. Um pH de 6,5 é recomendável para a maioria das culturas. Mantendo-se o pH próximo a esse valor tem-se uma CTC próxima do ótimo e boas condições para disponibilidade de nutrientes.
Outro aspecto importante a ser considerado quanto a mudança da CTC com a adição de fertilizantes e calcário, por exemplo, a quantidade de cargas negativas vai aumentar e isso vai causar uma repulsão entre as partículas do solo. Com isso, o solo ficará mais disperso e, portanto, mais propenso a sofrer perdas pelo impacto de gotas da chuva, escorrimento superficial e erosão. Com a adição de fertilizantes como o sulfato de amônio, que abaixam a CTC, as partículas do solo serão mais atraídas umas pelas outras e o solo serão mais atraídas umas pelas outras e o solo se torna mais coeso e mais resistente à erosão. Em todo caso, a dispersão não significa que o solo vá piorar, por que com a melhoria das suas condições, proporcionadas pela calagem ou fosfatagem, sua produtividade será maior e o solo terá um maior aporte de matéria orgânica pela maior produção vegetal, maior volume de raízes entre outros benefícios.


Por: FERNANDO GROSSKLAUS

* Matéria extraída da revista DBO AGROTECNOLOGIA. Nº17 ago/set 2008.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

PRÁTICAS DE MANEJO E CONSERVAÇAO DO SOLO

I- AUMENTO DA COBERTURA VEGETAL DO SOLO
II- AUMENTO DA INFILTRAÇAO DE AGUA NO PERFIL DO SOLO
III- CONTROLE DO ESCORRIMENTO SUPERFICIAL


I- AUMENTO DA COBERTURA VEGETAL DO SOLO

O aumento de cobertura vegetal do solo se da através de: culturas e de resíduos culturais.

1-PRODUÇAO VEGETAL- esta diretamente relacionado ao aumento de produção,quanto maior a produção, maior será a quantidade de biomassa produzida, assim protegendo o solo contra a erosão.

2-POPULAÇAO DE PLANTAS- usar espaçamentos adequados,constituir uma população espacial,adequando o espaçamento linear e entre as plantas, assim cobrindo o solo em menos tempo,evitando o impacto da gota da chuva. Adequando o espaçamento diminui a infestação de ervas e erosão.

3-CALAGEM- uma calagem adequada possibilita o maior aproveitamento do potencial produtivo. Há um maior desenvolvimento de raízes e aproveitamento de nutrientes e água.

4-ADUBAÇAO MINERAL- a adubação mineral é imprencidivel,principalmente a nitrogenada e fosfatada. Através da adubação há aumento na produtividade e cobertura vegetal do solo.

5-ADUBAÇAO VERDE- nas entressafras em que o solo fica a mercê das intempéries, deve-se usar adubação verde da época. Técnica para obtenção de cobertura vegetal durante um maior período,alem disso aumenta a fertilidade e melhora as condições químicas físicas e biológicas do solo.
VANTAGENS: -produção de biomassa
-controle de erosão
-aumento de produção
-redução de ervas daninhas (efeito alelopático)
-redução dos custos com adubação nitrogenada,reciclagem de nutrientes,herbicidas e custos operacionais.

6-ROTAÇAO DE CULTURAS- produção de maior biomassa em diversas épocas do ano, desde que as culturas que se deseja implantar não necessitam de outros equipamentos e infraestrutura, aumentando o custo e que os preços dos produtos escolhidos para intercalcar sejam satisfatórios.

7-PREPARO DO SOLO- considerado o item de maior importância no controle de erosão. Deve-se ter muito cuidado no momento de escolher o equipamento para preparo do solo. Os equipamentos munidos de dentes contribuem para o controle de erosão,já os de disco não são tão eficientes no que se diz respeito ao controle de erosão. Outro parâmetro que devemos analisar é época de preparo do solo. Devemos dar preferência para as épocas de estiagem ou que não ocorram chuvas torrenciais.
No preparo do solo devemos levar em conta:
-equipamentos adequados
-rotação de culturas
-rotação de preparo de solo utilizando equipamentos diferenciados
-não usar fogo
-preparar o solo com umidade adequada

8-CONTROLE DO MATO- pode ser utilizado roçadeira no verão sem que o revolvimento do solo e a utilização de produtos químicos no inverno, sempre deixando cobertura morta sobre o solo.
9- COBERTURA MORTA- protege o solo do impacto da gota da chuva,aumenta a infiltração,reduz a variação de temperatura do solo,incorpora matéria orgânica e melhora a estrutura da camada superficial.

II- AUMENTO DA INFILTRAÇAO DE AGUA NO PERFIL DO SOLO

A infiltração de água no solo varia de acordo com: textura,estrutura, porosidade,estabilidade de agregados, grau de cobertura vegetal,rugosidade e selamento superficial,sendo que este ultimo, se dá através do impacto da gota da chuva e as outras se da através do preparo do solo.

III- CONTROLE DOESCORRIMENTO SUPERFICIAL

1-PREPARO DO SOLO E PLANTIO EM NIVEL- o preparo do solo adequado com plantio em nível reduz em ate 50% a perda de solo,e 30% as perdas de água e nutrientes através do escorrimento superficial.

2- ENLEIRAMENTO EM NIVEL- é um método que pode ser adotado em pequenas propriedades, onde as áreas são de tamanho reduzido, utilizando restos de culturas enleirados em linha,espaçados adequadamente para controlar o escorrimento.

3-FAIXAS DE VEGATAÇAO PERMANENTE- método que tem grande capacidade de retenção de água,usando alguma gramínea plantada em linhas de nível por dentro da lavoura, podendo também ser estabelecida nos terraços.

4- CORDOES EM CONTORNO- este método é mais utilizado em áreas de fruticultura ou culturas permanentes.

5- TERRACEAMENTO- considerada a técnica mais utilizada no controle de escorrimento. Construído de forma correta controla ate 87% das perdas de terra e 12% das perdas de água.
Para que tenha ótima eficiência, deve estar associada e dimensionada para atender as condições de cada terreno como: cobertura vegetal, adubação verde, declividade, infiltração,tipo de solo, cultura a ser introduzida e tipo de terraço a ser construído.

6-CANAIS ESCOADOUROS E DIVERGENTES- são construídos para controlar o excesso de água da chuva,destinando-a para córregos permanentes de forma segura e sem erosão. Possuem as seguintes finalidades:

-desviar a enxurrada de cabeceiras de voçorocas;
-reduzir o comprimento de rampa em terrenos não terraceados ou estruturados em faixas de rotação;
-desviar as águas de chuvas próximas às construções e instalações rurais
-proteger as áreas planas das áreas mais altas do processo errossivo
-conduzir a enxurrada formada nas estradas,que causam erosão nas glebas marginais
-proteger áreas cultivadas em baixadas sujeitas a inundações ou problemas de drenagem e sedimentação;

7-PRATICAS COMPLEMENTARES -são praticas que devem ser utilizados juntamente com todas as outra praticas de controle de escorrimento superficial e erosão;

-readequaçao de estradas
-caixa de captação de água pluvial
-localização de construções e benfeitorias rurais
-controle voçorocas
-açudagem
-correção de cercas
-localização de pontes,aterros e drenagem etc.

Composição do solo

COMPOSIÇAO DO SOLO

O solo é composto por materiais minerais (45%) água (25%) e ar (25%) e matéria orgânica (5%), sendo que a M.O varia de acordo com a região.


O solo divide-se em 3 propriedades: FISICA, QUIMICA E BILOGICA.

PROPRIEDADES FISICAS- é a forma e tamanho das partículas do solo.
Solo argiloso
TIPO DE SOLO Solo franco
Solo arenoso
Solo alagados

ESTRUTURA -disposição das partículas

POROSIDADE -poros do solo –ocupada pelo ar e água

PERMEABILIDADE- capacidade de deixar água e ar passar

PROFUNDIDADE EFETIVA- profundidade que as raízes atinge

CORES DO SOLO- são influenciadas pelo material de origem (M.O)

TOPOGRAFIA- declividade- maior ou menor



PROPRIEDADES QUIMICAS- são os elementos minerais disponíveis ``as plantas


MACRONUTRIENTES PRIMÁRIOS- N.P,K

MACRONUTRIENTES SECUNDARIOS- Ca,Mg e S

MICRONUTRIENTES- B, Cu, Mn, Zn, Cl e Mo






PROPRIEDADES BILOGICAS- formado por micro e macro-organismos


MICRORGANISMOS- fungos, bactérias e nematóides.

MACRORGANISMOS- minhocas, insetos e lesmas

Sendo que as minhocas têm papel importante na estrutura do solo,escavando galerias para passagem de ar e água e também na fertilidade,através da humificação do solo. Também algumas bactérias são responsáveis pela fixação de nitrogênio nas raízes das plantas, e pela decomposição da matéria orgânica proveniente de estercos. Alem disso as bactérias,tornam solúveis os adubos químicos,deixando em condições de aproveitamento para as plantas.

FERNANDO GROSSKLAUS
TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

QUEM SOU ?!

Sou Técnico em Agropecuária, formado na EAF Rio do Sul-SC no ano 1998. Atua no ramo há 09 anos.
Dentre as atividades desenvolvidas destacam-se:
- Coleta de amostras de solo e interpretação;
-Identificação de pragas,doenças e o devido controle;
-Calibragem de pulverizadores;
-Medição de Ph da água;
-Prescrição de receituário agronômico;
-E outros diversos;

Atualmente estou cursando o Curso Superior de Tecnologia em Horticultura na EAFRS.
Curso este das ciências agrárias de Nivel Superior que dá ao profissional qualificação de Tecnólogo.